Está pensando em engravidar ou conhece alguém que esteja grávida ou planejando para? Pois bem, e você também já parou para refletir como uma boa nutrição influencia diretamente na concepção de uma criança saudável?
Ao partimos do princípio que a função normal das células do organismo depende de uma série de processos bioquímicos e enzimáticos do metabolismo celular, que necessitam de vitaminas, minerais e enzimas, fica mais fácil entendermos isso. Lembrando que uma boa alimentação nem sempre significa uma adequada nutrição, pois precisamos garantir que aquele nutriente consumido seja bem absorvido e metabolizado para que ele exerça sua função adequadamente.
A nutrição funcional auxilia – e muito – para que a família toda seja mais saudável, gaste menos com medicações e tenha menos stresse e mais vitalidade, consequentemente, menos doenças também.
Na gestante, muitos sinais e sintomas podem ser elimados ou, ao menos, minimizados, como náuseas, constipação, ganho de peso excessivo/emagrecimento, além de patologias como hipertensão e diabetes gestacional (que podem levar a um parto prematuro) e refluxo, inúmeras alergias e outras doenças inflamatórias no bebê.
O ideal seria a futura mamãe iniciar o preparo para uma gestação saudável no mínimo 6 meses antes da data em que se deseja iniciar as tentativas de engravidar. E não só a mulher deve se preparar para este momento; o homem também deve iniciar este processo 6 meses antes da primeira tentativa de engravidar sua parceira, afinal, a outra metade do material genético do bebê advém dele, não é mesmo?
E atenção: muito cuidado no uso de suplementos nutricionais e/ou fitoterápicos. Inclusive para os chás, que muitos pensam não trazer riscos à saúde… mas podem trazer sim, e sérios! Algumas plantas podem ser abortivas, estimulando a contração uterina e consequentemente aborto ou parto prematuro, como o Sene (Senna alexandrina Mill), a Arruda (Ruta graveolens L.), o Boldo (Peumus boldus Molina), a Canela (Cinnamonium verum J. Presl.) e o Cravo (Syzygium aromaticum); outras podem acarretar em alterações no desenvolvimento fetal, além de ações mutagênicas e fetotóxicas.
A completa anamnese nutricional e avaliação antropométrica aliada aos exames bioquímicos específicos para cada caso são as principais ferramentas para o tratamento de cada gestante. Lembrando: todos nós somos ÚNICOS, dietas padronizadas não abrangem a individualidade bioquímica de cada um! Cada ser humano é uma caixinha cheia de informações diferentes, e isso é essencial para a conduta do profissional nutricionista.
Uma gestação saudável a todas as mulheres para uma futuro com adultos de mente, psicoemocional e físico saudáveis! Que um dia todas nós, mulheres, tenhamos a possibilidade de gerar filhos saudáveis, afinal, isso infelizmente não ocorre com a maioria da população, por inúmeros motivos, principalmente socio-econômicos e/ou por falta de informação adequada e atendimento público de qualidade.
Ah, a amamentação exclusiva nos 6 primeiros meses é importantíssima e essencial! Mas isso é assunto para outro post…
Com carinho,
Letícia Klempous Corrêa
Fontes:
CAMPESATO, V.R. Uso de plantas medicinais durante a gravidez e risco para malformações congênitas. Tese de doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005.