Vitamina K, disbiose intestinal e possíveis alterações

Untitled-300x210

O assunto de hoje é sobre vitamina K. Muitas vezes o status de vitamina K é esquecido, e hoje falaremos brevemente sobre alguns aspectos dessa importante vitamina.

Existem 3 formas de vitamina K:

Filoquinona (vitamina K1): presente em alimentos, como vegetais folhosos verde-escuros

Menaquinona (vitamina K2): produzida pela fermentação de microorganismos, tanto no intestino (jejuno e íleo) quanto em alimentos fermentados. Discutiremos mais a respeito dessa forma de vitamina K.

Menadiona (vitamina K3): forma sintética, que pode ser convertida na forma de K2

no intestino

 

 

A vitamina K, dentre inúmeras funções, atua na coagulação sanguínea – aumentando o número de plaquetas - e na carboxilação da osteocalcina, uma proteína que atrai cálcio para o tecido ósseo, modulando a deposição de cálcio na matriz óssea, ou seja, importantíssima na saúde óssea. Alguns estudos mais recentes associam um bom status de vitamina K à prevenção de doenças cardiovasculares, proteção neurológica aos danos provocados pelo mercúrio (metal pesado amplamente presente em inúmeras fontes alimentares no nosso dia a dia), facilita a excerção de cálculos de oxalato de cálcio e como auxílio ao tratamento de câncer, potencializando o efeito de alguns quimioterápicos.

Dentre possíveis causas da deficiência de vitamina K em nosso organismo, podemos citar doenças hepáticas, indivíduos com má absorção de gorduras e… disbiose intestinal. Situação tão comum em nossa rotina hoje, não é? Uso de antibióticos indiscriminadamente, aumento do consumo de farinhas e açúcar, diminuição do consumo alimentos ricos em fibras solúveis, insolúveis, amido resistente e oligossacarídeos. Ou seja: de comida de verdade, não de pacotes, sachês, latas e caixas. Todos estes fatores conduzem a um desequilíbrio entre a microbiota probiótica (“benéfica”) e patogênica em nosso intestino, propiciando essa disbiose intestinal. A doença celíaca e a Doença de Crohn, por esse mecanismo, ocasionam a deficiência de vitamina K.

Além da disbiose intestinal, é importante lembrar que as menaquinonas necessitam de um ambiente digestivo ácido, para propiciar o crescimento das bactérias benéficas; ou seja, a utilização de anti-ácidos – inclusive em pequenas doses – pode causar a deficiência de vitamina K, tendo em vista a neutralização da produção de ácido clorídrico e alcalinização do pH estomacal.

E quais são os principais sintomas dessa deficiência de vitamina K? Sangramento de mucosas (gengivas, narina, vagina e pele), aparecimento frequente de manchas roxas pelo corpo e hematúria (presença de sangue na urina).

A deficiência de vitamina K é mais um exemplo de que somos um conjunto de reações bioquímicas totalmente dependentes entre si e correlacionadas.  Por isso a necessidade cada vez maior de não tratar deficiências isoladas, mas sim reequilibrar integralmente o organismo de cada pessoa. Essa é a grande chave!

Um abraço!

 

Fontes:

SUTTIE, J.W. Vitamin K. In: SHILS, M.E.; OLSON, J.A.; SHIKE, M. et al., 2006

MAMEDE AC, et al. Nutr Cancer.; 63(4):479-94, 2011

BRANDT KG, et al. Pediatria (São Paulo) ; 28(2):117-27, 2006

http://www.ctds.info/vitamink.html